Um retrato de como a extrema direita em tempos de crise pode seduzir a imaginação coletiva da classe média com discursos de autoridade, chauvinismo e promessas de privilégios de poder. Atenção, conteúdo explícito e relatos de violência sexual.
Video e trechos da matéria produzida pela CNN.
http://videobin.org/+882/b0z.html
Criada na Síria, a família de Khadija garantiu que ela tivesse educação. Graduou-se na faculdade e começou a ensinar em uma escola do ensino fundamental. Khadija descreve sua família e sua criação como “não sendo exacerbadamente conservadora”.
Quando os levantes na Síria começaram a há mais de três anos e meio atrás, Khadija se juntou às massas que começaram os protestos pacíficos contra o governo do presidente Bashar al-Assad.
“Nós saímos e manifestávamos. Os serviços de segurança nos caçavam. Escrevíamos nas paredes, tínhamos diferentes roupas pra trocar”, ela conta. “Esse dias eram incríveis.”
Mas foi quando os levantes entraram em uma espiral de caos e violência que ela diz ter começado a perder sua alma, sua humanidade.
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A comandante da brigada, Umm Raya, sentiu o medo de Khadija “e se aproximou de mim e disse uma frase que nunca vou esquecer. Ela disse, ‘Somos duras com as infiéis, mas misericordiosas entre nós mesmas.”
Khadija foi treinada na limpeza, desmontamento e disparo de armas. Pagavam a ela $200 por mês e recebia rações.
Sua família sentia que Khadija estava deslizando, mas não tinham como a impedir. Sua mãe tentou lhe avisar.
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Inicialmente, Khadija não prestou atenção aos avisos de sua mãe, seduzida pela sensação de poder. Mas eventualmente, começou a se questionar e questionar os princípios do Estado Islâmico.
“No começo, eu estava feliz com meu trabalho. Eu sentia que tinha autoridade nas ruas. Mas daí comecei a ficar com medo, com medo da minha situação. Comecei a ficar com medo até de mim mesma.”
Ela começou a pensar: “eu não sou assim.. Eu tenho graduação em educação. Eu não deveria estar assim. O que aconteceu comigo? O que aconteceu com a minha cabeça que me trouxe aqui?”